O estoma é uma realidade para milhares de brasileiros e, apesar de ainda gerar dúvidas e receios, representa uma alternativa vital para garantir saúde e qualidade de vida em diversas condições clínicas. O Dia Nacional da Pessoa com Estomia, celebrado em 16 de novembro, tem o objetivo de conscientizar sobre a importância do cuidado com o estoma, combater o preconceito e valorizar a autonomia e o bem-estar de quem passa por esse procedimento.
O que é um estoma?
Um estoma (ou estomia) é uma abertura cirúrgica feita na parede abdominal para permitir a saída de fezes, urina ou ar do corpo, quando a passagem natural está comprometida. Essa abertura é conectada a uma bolsa coletora, que recolhe o conteúdo eliminado.
O procedimento pode ser temporário — quando a passagem natural será restabelecida posteriormente — ou definitivo, quando há necessidade permanente.
Entre as estomias mais comuns estão:
- Colostomia: ligação do intestino grosso (cólon) à parede abdominal, permitindo a saída das fezes;
- Ileostomia: realizada no intestino delgado (íleo), geralmente quando há retirada total ou parcial do cólon;
- Urostomia: direciona a urina para fora do corpo por meio de um conduto externo;
- Traqueostomia: abertura feita na traqueia para facilitar a respiração.
Essas intervenções são indicadas em casos de câncer colorretal, doenças inflamatórias intestinais, traumas, obstruções, ou malformações congênitas.

A vida após a estomia
Receber o diagnóstico de que será necessário um estoma pode causar medo e insegurança. É natural que o paciente se sinta apreensivo quanto à imagem corporal, à rotina e às interações sociais. No entanto, com apoio multiprofissional, informação e adaptação, é possível levar uma vida plena e ativa.
Logo após a cirurgia, o acompanhamento com enfermeiros estomaterapeutas é essencial. Esses profissionais orientam sobre o uso e troca das bolsas coletoras, higienização da pele e ajustes necessários para evitar desconfortos. Além disso, o suporte psicológico ajuda na aceitação da nova condição e no fortalecimento da autoestima.
Cuidados essenciais com o estoma
Os cuidados diários são fundamentais para evitar complicações e garantir conforto. Pequenas atitudes fazem grande diferença no bem-estar da pessoa estomizada.
Confira algumas orientações importantes:
- Higiene adequada: a pele ao redor do estoma (chamada pele periestomal) deve ser limpa com água e sabão neutro, sem uso de produtos irritantes;
- Troca regular da bolsa: o intervalo depende do tipo de estoma e do sistema coletor, mas é importante manter uma rotina para evitar vazamentos;
- Atenção à alimentação: certos alimentos podem causar gases, odores ou alterações na consistência das fezes;
- Hidratação constante: especialmente em casos de ileostomia, onde há maior perda de líquidos;
- Uso de roupas confortáveis: que não pressionem o abdômen;
- Acompanhamento médico periódico: para avaliar o estoma e prevenir complicações como irritações, sangramentos ou retrações.
Esses cuidados simples, quando realizados com disciplina, trazem mais autonomia e confiança ao paciente, facilitando o retorno às atividades diárias.

Alimentação e bem-estar
Após a cirurgia, a alimentação passa por ajustes importantes. O retorno à dieta normal deve ser gradual, com a introdução lenta de alimentos sólidos e observação de possíveis desconfortos. É essencial manter um cardápio rico em fibras, frutas e vegetais, evitando o consumo excessivo de frituras e condimentos.
Em alguns casos, pode ser necessário o acompanhamento de um nutricionista, que orientará sobre os alimentos mais adequados e estratégias para controlar gases, odores e consistência das fezes.
Com o tempo, cada pessoa aprende a identificar os alimentos que trazem mais conforto e aqueles que precisam ser evitados — o que ajuda na adaptação e na autoconfiança.
O papel do apoio emocional e social
Viver com um estoma exige também acolhimento e empatia. O suporte familiar, social e psicológico tem grande impacto no processo de adaptação. Muitos pacientes enfrentam desafios emocionais, como vergonha, medo do preconceito e isolamento. É por isso que o diálogo e o acesso à informação são tão importantes.
No Brasil, associações e grupos de apoio, como a ABRASO (Associação Brasileira de Ostomizados), oferecem espaços de troca de experiências e suporte emocional, ajudando a reconstruir a autoconfiança e a percepção de que a estomia não é uma limitação, mas sim uma nova forma de viver com saúde.

A importância da conscientização!
O Dia Nacional da Pessoa com Estomia reforça a importância de políticas públicas voltadas ao acesso a bolsas coletoras de qualidade, atendimento especializado e campanhas educativas. Ainda há desafios, como a falta de informação e o estigma social. Por isso, é fundamental ampliar o debate e garantir que todas as pessoas estomizadas recebam o respeito, o cuidado e o suporte que merecem.
A UniCor acredita que educação e empatia são os primeiros passos para transformar a forma como a sociedade enxerga a estomia. Promover acolhimento, inclusão e qualidade de vida é parte da nossa missão, cuidando de cada pessoa com respeito, dignidade e amor.
Leia também o nosso blog sobre sepse e entenda o que é essa inflamação perigosa!
